O Sol Omisso
Teria inspirado todo o ar do mundo se a ele tivesse acesso. Provavelmente o meu corpo não aguentaria a pressão, e a fragilidade, ou inexistência da minha massa muscular cederia à minha própria ambição de querer ser um melhor eu (e assim, aos olhos desatentos de todo o mundo, simplesmente e inexplicavelmente explodiria). De facto, foi esse o factor que me conduziu à situação que agora vivia, e não podendo fazer mais nada neste momento a não ser lidar com tal, saboreei o oxigénio que me circulava pelo sangue, e decidido, expirei suavemente no ritmo com que abria os olhos. FODA-SE! O mundo está de pernas para o ar! Não passaram mais de cinco segundos desde que pestanejei, e posso jurar-vos a pés juntos – haviam-me instruído que era este o costume correcto - que antes de semicerrar os olhos, o mundo estava exactamente igual a todos os outros dias e noites. Mas agora, o chão era o tecto, o tecto era o chão, e a imensa avenida que posso avistar lá fora estava no céu, enquanto que as nuv